Dois anos seguidos de seca reduziram rebanho pela metade
Fugindo do cronograma tradicional, quando a primeira reunião de
meteorologistas era realizada em Fortaleza, a Funceme divulgou a
previsão climática para o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro.
Segundo o documento (obtido após análises dos modelos atmosféricos
globais e dos campos oceânicos e atmosféricos), a maior probabilidade é
de que as chuvas nos próximos três meses fiquem em torno na normal
climatológica na maior parte das regiões cearenses. Para o setor
noroeste do Estado (Região da Serra da Ibiapaba), a maior probabilidade é
de chuvas acima da normal até fevereiro.
A instituição ressalta
que dezembro e janeiro são os meses que compõem a pré-estação chuvosa e
as médias de chuva nesse período são mais baixas que as dos meses da
quadra-chuvosa, ou seja, chover em torno da média em dezembro e janeiro
não significa chover muito.
Magnus Nascimento De
acordo com a Funceme, o quadro teria a seguinte configuração: Em
dezembro a média seria de 29,2 milímetros; janeiro 98,7mm e em
fevereiro, quando começa a quadra chuvosa no Semiárido nordestino, a
média seria de 127,1 milímetros.
Os sistemas meteorológicos que
atuam na pré-estação, segundo a Funceme, são diferentes dos que atuam
na quadra chuvosa. Assim, não há relação entre a previsão para os
próximos três meses e o prognóstico oficial da quadra chuvosa. "É
preciso cautela, são períodos diferentes com sistemas distintos. Nada
impede que haja chuvas razoáveis em dezembro e em janeiro mas a estação
fique abaixo da média. Até gostaríamos de dar uma notícia melhor, porém,
ainda é cedo para falarmos das precipitações da estação chuvosa”,
destaca Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme. Ele também informa
que a divulgação do prognóstico oficial do período chuvoso de 2014 no
Ceará acontecerá na segunda quinzena de janeiro.
No interior do
Nordeste, o homem do campo alimenta esperança de que o inverno será
normal em 2014, depois de dois anos de seca que destruiu a economia
rural e reduziu o rebanho pela metade. Além "dos sinais emitidos pela
natureza”, das estatísticas que apontam anos terminados em 4 como bons
de inverno, a crença se fortaleceu com as chuvas do início de novembro,
trazidas por um fenômeno meteorológico conhecido como vórtice ciclônico,
e com a mudança do clima neste final de ano.
Em 1994, de acordo
com dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), 46,7% dos municípios tiveram chuvas acima do normal. O recorde
do ano foi registrado em Maxaranguape: 2.960 milímetros. Em Martins
foram 1.782; Jucurutu 1.374; Mossoró 1.208; Natal 2.184; Parnamirim
2.291,6. O menor registro, naquele ano foi em Pedro Avelino, na região
central: 311,3 milímetros.
Em 2004, o número de municípios com
inverno classificado como "chuvoso” ou "muito chuvoso” foi ainda maior:
96 município (57,5%). Em 2004 o recorde foi registrado em Natal 2.446
milímetros e a menor precipitação em Upanema, no Oeste, com 303,6
milímetros. Este ano, choveu granizo no município de Santana do Seridó.
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