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4:25 PM
Município espera Estado para decidir sobre decreto

Após uma sequência de tremores de terra que duram quase um mês, o município de Pedra Preta começa a calcular os danos e cogita o decreto de calamidade pública, mas tem as ações emperradas pela falta do envio da equipe de engenheiros para a cidade, solicitada ao Governo do Estado. A Defesa Civil Municipal registra, até então, 42 casas danificadas com risco aos residentes. E o número é crescente a cada novo tremor. Apesar do dano, as residências continuam ocupadas.

Segundo Júlio César Queiroz, secretario de Justiça e Cidadania (Sejuc),  o envio da equipe de engenheiros está autorizada  e o Governo do Estado ainda  decide  quais são os profissionais de engenharia mais qualificados para a análise, e de qual secretaria estadual devem ser escolhidos.
Emanuel AmaralCidade já registra cerca de 600 abalos sísmicos em três semanasCidade já registra cerca de 600 abalos sísmicos em três semanas

A quantidade de casas em registro crítico não veio de um parecer técnico, mas foi constatada por observação do estado físico das casas pela  Defesa Civil Municipal, que  pretende fazer um levantamento detalhado destes imóveis, inicialmente, até o final da próxima semana.  Com o laudo em mãos, a Prefeitura analisará a situação para decretar, ou não, estado de emergência ou calamidade pública da cidade. O objetivo é detalhar a situação das residências após a sucessão de tremores de terra naquela região.

Já foi divulgado um relatório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) nesta última terça-feira, 12, recomendando a interdição de alguns imóveis. Mas, para o coronel Bombeiro Josenildo Acioli, coordenador da Defesa Civil Estadual, a avaliação do Crea não é suficiente para endossar a decisão do decreto de calamidade visto que foi feita por amostragem.

Atualmente, o poder público municipal não tem condições financeiras de arcar com a reforma dessas casas. A calamidade, de acordo com o prefeito de Pedra Preta, Luiz Antônio Bandeira, serviria para adquirir recursos para reformar as edificações mais importantes da cidade e até mesmo, numa medida paliativa, conseguir barracas para os moradores que temem dormir dentro de suas casas. Atualmente, as residências em estado crítico estão sob monitoração e cuidados especiais.

A indicação do engenheiro é fundamental porque o município não dispõe de profissional habilitado para atuar e produzir parecer técnico sobre o estado de cada imóvel e ainda sugerir quais intervenções são necessárias. Por isso, a Defesa Civil do Estado enviou ofício à Sejuc, solicitando o envio de uma equipe.

Enquanto os profissionais não são enviados, a Defesa Civil Municipal está se movimentando como pode. "O complicado é depender dos outros”, confessa Guilherme Bandeira, vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil Municipal. O órgão está fazendo um levantamento da situação real com fotografias da danificação nas casas e um parecer psicossocial da população.

 "Estamos fazendo levantamento nas habitações que não têm condições de estar residindo mais, nesse primeiro momento são 42 casas, mas ainda tem mais. Todo dia chega a notícia de uma nova casa que está danificada”, informa. "Após esse trabalho teremos um parecer técnico. Nisso vamos avaliar a situação para poder dar ou não um decreto”. Para endossar o laudo, a equipe de engenharia é essencial.

  Essas casas em análise de risco ainda estão ocupadas pelos moradores. Segundo Bandeira, a Defesa Civil está procurando medidas para resolver a situação em curto prazo. Até o momento, as ações mais efetivas abarcam a preparação da população caso haja acidentes durante os abalos sísmicos. "Hoje estamos atuando mais na conscientização. Nós (defesa civil do município) e a Defesa do Estado, ontem passamos algumas ações de como agir num possível dano maior”,  explica.

Memória

O município de Pedra Preta, a 115 km de Natal, já acumulou cerca de 600 abalos sísmicos nas últimas três semanas. No início deste mês, engenheiros do Conselho Regional de  Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte enviou três engenheiros para avaliar prédios vitimados e indicar possíveis locais seguros para abrigar a população caso os tremores sejam mais intensos.

No estudo, constataram que situação dos edifícios vistoriados não era grave, mas poderia se agravar em decorrência de novos abalos continuados de frequência e magnitude mais elevadas.

Durante este tempo, a cidade continua em estado de alerta. As aulas chegaram a ser suspensas por três dias e em noites de fortes tremores, os moradores chegaram a dormir fora de suas casas. Ontem, mais três  tremores foram registrados na cidade. Um com magnitude de 1.8, o segundo às 1h38, com 2.1 graus e o terceiro às 15h05, com 2.0 de magnitude
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