Francisco,
durante uma conversa com líderes de ordens religiosas, publicada por um
jornal Jesuíta na sexta-feira, disse que a Igreja Católica tinha que
tentar não afastar as crianças que vivem em situações familiares
complexas, como aquelas cujos pais são separados e as que vivem com
casais homossexuais.
Ele deu o exemplo de uma menininha em Buenos Aires, sua antiga
diocese, que confidenciou para sua professora, que o motivo pelo qual
ela estava sempre triste era porque "a namorada da minha mãe não gosta
de mim”. O papa disse aos líderes das ordens religiosas que um grande
desafio para a Igreja seria o de estender a mão às crianças que vivem em
situações domésticas difíceis ou pouco ortodoxas. "A situação em que
vivemos hoje nos proporciona novos desafios que às vezes são difíceis de
entender”,disse o papa, de acordo com uma transcrição da conversa.
"Como podemos proclamar Cristo para esses meninos e meninas? Como
podemos celebrar Cristo para uma geração que está mudando? Precisamos
ter cuidado para não administrar neles uma vacina contra a fé”, ele
disse.
No domingo, as manchetes da mídia italiana diziam que as palavras do
papa eram uma abertura para condição legal para uniões civis de casais
do mesmo sexo, um assunto debatido na Itália. O porta-voz do Vaticano,
Padre Federico Lombardi disse à Rádio Vaticano que as interpretações da
mídia eram "paradoxais” e uma "manipulação” das palavras do papa,
especialmente quando alguns veículos de comunicação o citaram como tendo
falado especificamente das uniões homossexuais, o que ele não fez.
Lombardi disse que o papa estava apenas fazendo alusão ao sofrimento das
crianças e não tomando uma posição no debate político da Itália.
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