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2:55 PM Comédia nos palcos de Natal | |
DivulgaçãoMarisa Orth divide o palco com Falabella A peça de Orton é definida como uma "farsa” clássica, ou seja, um tipo de comédia que se desenrola a partir de situações exageradas e quase improváveis. O pontapé na sucessão de absurdos começa pelo Dr. Arnaldo (Falabella), um psiquiatra tentando seduzir sua bela candidata a secretária, Denise (Alessandra). A situação fica mais quente à medida que a entrevista avança, e ele convence a moça a ficar nua. Até que a esposa de Arnaldo, Sra. Mirta (Marisa Orth) entra na sala, e ele tenta esconder suas peripécias por trás da cortina. Acontece que Mirta também tem o que esconder. Ela está sendo seduzida e chantageada por Nico (Magno), a quem prometeu o cargo de secretário – aumentando ainda mais a confusão. Outra pessoa também está de olho na clínica: o Dr. Ranço (Picchi) lidera uma inspeção no local, e constata a grande situação de caos em que ela se encontra. Ele pretende usar os acontecimentos e as confusões vividas na clínica para escrever seu novo livro. Cada personagem tem seus próprios interesses, seja esconder seus pecados, escrever um livro, ou apenas descolar um emprego. Tudo ganhando o tom de humor negro peculiar. A adaptação de Miguel Falabella retrata as manias dos personagens, situações absurdas, portas que batem, identidades confusas, roupas que desaparecem, e neuroses que se sucedem. Falabella, que é admirador da obra de Jor Orton há bastante tempo, afirmou que quando procurava uma peça não musical para adaptar, pensou logo no autor inglês. Segundo ele, é um texto que, além da comédia, mexe com questões como ambiguidade sexual e moralismo. O espetáculo, que estreou no começo do ano, contou com um percalço: Arlete Sales precisou ser substituída às pressas, devido uma cirurgia para a retirada de um tumor. Marisa Orth, antiga parceira de TV de Miguel Falabella, entrou no lugar. A peça recebeu um toque mais "quente” e brasileiro de Falabella. A farsa está mais temperada. O Autor Joe Orton é considerado um dos dramaturgos mais criativos do século XX. O texto "What the butler saw” foi escrito em 1967, e encenado pela primeira vez no Queen’s Theatre, em Londres, em 1969 – um ano e meio após a morte de Orton, assassinado pelo companheiro Kenneth Halliwell, aos 34 anos. Apesar de ter tido a carreira precocemente interrompida, o autor escreveu e produziu bastante. Joe Orton assinou textos que lotaram teatros e e chocaram audiências com conteúdos de humor negro. Ele usou sua graça de moral duvidosa para criticar valores e comportamentos do homem contemporâneo. Em apenas quatro anos de produção – antes disso, foi um ator fracassado – Orton criou um estilo próprio, elegante e ao mesmo tempo absurdo, transgressor, com linguagem rude quando era necessário. Ele criou um novo estilo de drama inglês, satírico e levemente macabro. Suas peças fizeram sucesso meteórico, e ele foi indicado para dirigir um filme sobre os Beatles. Mas o roteiro cheio de drogas e sexo "não convencional” fez os empresários dos bons moços de Liverpool desistirem. Joe Orton abordou temas como morte e desespero, mas sempre sob a lente do humor (negro). A vida dele virou filme em "O amor não tem sexo” (1987), de Stephen Frears, com Gary Oldman e Alfred Molina no elenco. Serviço: O Que o Mordomo Viu. Teatro Riachuelo, sexta e sábado ás 21h, e domingo às 20h. Preços: R$50/25 (frisas e balcão lateral), R$100/50 (balcão central), R$120/60 (plateia), e R$160/80 (camarotes). Tel.: 4008-3700. | |
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