Os políticos não petistas ainda não perceberam o que é uma rotina. O governo federal arma palanques para inaugurações e solenidades, Dilma comparece, discursa e é aplaudida por uma plateia formada, majoritariamente, de petistas, e tudo fica lindo. Vai o pobre não petista tentar falar, e lá vêm as vaias. É assim desde Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quarta, no Rio Grande do Norte, onde a presidente esteve para a inauguração de três institutos federais de educação, não foi diferente. Dilma foi aplaudida na cidade de Ceará-Mirim, mas a governadora Rosalba Ciarlini, uma "dilmista” do DEM, foi impiedosamente vaiada por uma plateia de estudantes. Não lhe deram um minuto de folga nos sete que durou a sua fala. Dilma ainda tentou sair em socorro da governadora, informa a Folha: "A gente pode discordar delas [das pessoas], mas a gente tem que deixá-las dizer o que pensam. Vamos respeitar a governadora que está aqui. Isso é feio”. Nessa hora, até ela própria foi vaiada. Mas foi o único momento. No mais, foi bastante aplaudida. Rosalba, é verdade, amarga índices bastante baixos de popularidade, com uma gestão desaprovada por 83%, segundo uma pesquisa. Mas esse não é e nunca foi o elemento definidor desse tipo de comportamento. Trata-se apenas de mais uma manifestação da conhecida intolerância do petismo. Dilma, diga-se, ela mesma, fez uma coisa muito feia no Rio Grande do Norte. Por Reinaldo Azevedo – Revista Veja
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